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O Brasil obteve um desempenho ruim no Programa Internacional de Avaliação de Alunos (PISA) de 2023, no qual são avaliados o desempenho de estudantes de 15 anos em leitura, matemática e ciências. O país ficou em 59º lugar na leitura, 66º em matemática e 70º em ciências. Esses resultados são preocupantes, e podem ter consequências negativas a longo prazo, já que pessoas com menor nível de escolaridade têm maior risco de desenvolver doenças neurodegenerativas.
Uma boa educação na infância e um bom nível de escolaridade ao longo da vida podem reduzir o risco de demência. A capacidade cognitiva geral aumenta com a educação antes de atingir um patamar no final da adolescência, por volta dos 15 anos, quando o cérebro atinge maior plasticidade, com poucos ganhos adicionais após os 20 anos de idade. Isso sugere que a estimulação cognitiva é fundamental no início da vida.
Apesar dos dados oficiais sobre a educação no Brasil indicarem uma redução no analfabetismo, ainda que o avanço seja lento em determinadas populações, o que o PISA indica é uma capacidade reduzida de entender e processar informações básicas, como ler e entender textos, fazer cálculos simples e ter um entendimento básico do funcionamento da natureza – afinal estamos falando de leitura, matemática e ciências.
Um exemplo de como esse cenário pode levar a um aumento de doenças neurodegenerativas é o fato de que pessoas com menor nível de escolaridade têm mais dificuldade em aprender e entender informações sobre saúde, o que pode levar a um atraso no diagnóstico e tratamento de doenças em geral.
Um impacto de R$20 bilhões?
No Brasil, 1,7 milhão de pessoas com 60 anos ou mais têm algum tipo de demência, e só a doença de Alzheimer corresponde a 55% desses casos (966.594). Esse número deve aumentar para 2,3 milhões em 2035 e 4,4 milhões em 2050, devido ao envelhecimento da população.
O impacto da doença de Alzheimer na saúde brasileira é significativo. A doença representa um grande ônus para o sistema de saúde, pois requer cuidados complexos e de longo prazo. Os custos associados também são significativos. Um estudo de 2012 estimou que os custos totais da DA no Brasil eram de R$13,8 bilhões por ano, para uma população de 800.000 pessoas afetadas pela doença. Esse valor incluiria os custos diretos, como os gastos com cuidados médicos, e os custos indiretos, como a perda de produtividade no trabalho. Recalculando rapidamente o aumento no número de casos desde então e a correção do valor no tempo, estamos falando de um impacto de aproximadamente R$20 bilhões em 2023.
Ainda não há cura para a doença de Alzheimer, e os tratamentos disponíveis podem somente aliviar os sintomas e retardar a progressão da doença. Os medicamentos disponíveis podem ajudar a melhorar a memória, o raciocínio e o comportamento dos pacientes, porém sua eficácia diminui com o tempo. Tratamentos não medicamentosos podem ajudar a melhorar a qualidade de vida, ajudando os pacientes a manter sua independência e qualidade de vida o máximo possível. Não é uma doença de fácil manejo.
Novos tratamentos que estão sendo estudados para a doença de Alzheimer, incluem terapias para corrigir as alterações genéticas associadas à doença, terapias que visam substituir ou reparar as células cerebrais danificadas e terapias que estimulam áreas do cérebro para melhorar a função cognitiva. Porém ainda sem previsão de chegada ao público.
O desempenho ruim do Brasil no PISA é um sinal de alerta para o futuro. O envelhecimento da população e o aumento das doenças neurodegenerativas, são desafios que terão um impacto significativo na sociedade brasileira. Investir na educação pública e na qualidade do ensino é uma medida essencial para reduzir o impacto das doenças neurodegenerativas nos sistemas de saúde. Precisamos entender que para o Brasil, investir na educação é uma questão de sobrevivência.
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